Resenha - Os Eternos, 2021

Alerta: Pode conter Spoilers

O longa conta a história de como um grupo composto de 10 pessoas surgem e o que fazem, cada um com sua habilidade própria. Tal grupo foi enviado para a Terra para proteger os humanos de uma espécie alienígena chamada "Deviantes" e nada mais, ou seja, eles não poderiam interferir em conflitos humanos. Depois de eliminar todos, deveriam esperar o comando de um celestial para enfim irem embora do planeta, mas passando mais de 7 mil anos na Terra e vivendo com os humanos, esse comando nunca aconteceu. Até que, na atualidade, alguns desses alienígenas renascem e a trama do filme se desenvolve em cima disso.

É o primeiro filme da Marvel Studios no Universo Cinematográfico a não ter uma narrativa linear, ou seja, os fatos que ocorrem durante o filme não são em ordem cronológica. Isso ocorre porque fatos da atualidade são consequências diretas de fatos que já aconteceram, assim quando são apresentados são também contextualizados. É também o primeiro filme da Marvel já introduzido com um falso multiprotagonismo, ou seja, um filme solo com mais de um protagonista, pois mesmo cada um com sua trama, todos ainda estão na mesma jornada. Alguns acabam recebendo mais destaque do que outros, mas as histórias são igualmente relevantes.

O filme entrega ótimas cenas de ação, fotografia muita bonita e bem-feita e provavelmente o maior número de cenas com efeitos práticos que o estúdio já lançou. Mas além do entretenimento, o maior mérito da produção é que esse filme é muito necessário atualmente, anto para a indústria quando para os fãs, pela grande diversidade de heróis, em mais de 10 anos de UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), é a primeira vez que vemos um herói abertamente homossexual, casado e com uma família, uma heroína com deficiência auditiva (sendo também a primeira atriz com tal deficiência a estar em um filme do estúdio) e heróis de diferentes etnias, como coreano e indiano, além do elenco também ser diverso e composto por ainda mais etnias, cores, e gênero. Heróis antes masculinos nas HQs foram reinventados como femininas para trazer mais inclusão e equilibrar a equipe, tais como Makkari e Ajak.

Algumas das críticas para o filme foram o fato de entregar personagem rasos e sem motivações claras, porém, pela quantidade de personagens é compreensível que nem todos tenha um tempo de tela suficiente para que suas motivações fiquem claras, mesmo que levando em conta os 10 personagens e o filme é sobre a origem do grupo em si, não de cada um individualmente, algumas coisas realmente ficaram de fora como mostrar mais as habilidades, mas sobre a trama cada um deles teve seu momento de destaque e desenvolvimento, alguns nos divertindo e outros nos emocionando, ou até nos fazendo refletir. O filme entrega uma fotografia impecável, mostrando que cada vez mais a Marvel melhora o aspecto visual dos seus filmes, e até a trilha sonora foi muito bem pensada e harmoniza com todos os momentos. Por fim, as cenas pós crédito do filme são muito importantes para os futuros filmes da Marvel, então não vão embora após os créditos ;)