A Evolução das Princesas da Disney
As Princesas da Disney é franquia que
iniciou-se em 1937 com lançamento do primeiro longa-metragem animado do estúdio
“Branca de Neve e os sete anões”, abriu portas para outras personagens
clássicas e conhecidas no mundo todo, nas eras de ouro, prata e bronze do
estúdio, até a década de 70. Reformas no estúdio trouxeram, no fim dos anos 80
até o presente, as eras da renascença e pós-renascença. Qual a diferença entre
elas? Principalmente o comportamento das personagens.
Independente da época de lançamento, as
personalidades moldaram e serviram de espelho para seus expectadores. Com o
passar dos anos, várias crianças foram influenciadas por filmes da Disney
Studios, clássicos como princesas e outros fizeram parte da vida da maioria das
pessoas durante sua infância. Mas como foi realmente essa influência e como
esta transformou-se com os anos? As mudanças na sociedade foram fundamentais
para as modificações de enredo e personagens, falando mais especificamente
sobre os filmes de princesas.
A comparação é simples: As princesas
deixam de ser protagonistas passivas, nas quais a trama corre para suas
conquistas, e passam a ser ativas, fazendo elas mesmas a trama andar. Exemplos
mais claros disso são a bela adormecida, Aurora, que mesmo sendo trazida como
protagonista do filme, não é responsável pelos movimentos narrativos da
história. Também nas primeiras eras, a maior conquista das princesas ao fim do
filme era o casamento, supondo que estas seriam mães e atuariam como rainhas.
Tal pensamento era influenciado pelas famílias a ser reproduzido pelas meninas.
Ao longo da evolução das eras, outros rumos foram implantados nas tramas,
deixando as princesas mais aventureiras e corajosas, como por exemplo as
princesas na Era da Renascença e Pós-Renascença, como A Pequena Sereia (1989), protagonizado
por Ariel, Mulan (1998) ou Moana (2016). Todas as citadas anteriormente têm
suas tramas independente, por exemplo, do casamento.
A principal reflexão que podemos ver é
que, historicamente, as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço em suas
próprias vidas, fazendo suas escolhas e, com isso, tendo destinos diferentes a
depender das suas escolhas. Ao contrário da Cinderela, que mesmo sabendo o que
queria, não tinha a oportunidade de buscar uma vida melhor por acreditar (e ter
tal pensamento reforçado por todos a sua volta) que seu papel seria realmente
de cuidar da sua casa e sua família, independentemente de como vivia ali, bem
ou mal. Já a Ariel ou a Bela (A Bela e a Fera, 1991), saíram da sua zona de
conforto e conseguiram ir atrás de vidas melhores, conforme as próprias noções
do que seria bom para elas mesmas. Muitas das princesas trazidas na renascença
lutam na sua jornada contra, muitas vezes, seu próprio povo que ainda vive com
a mentalidade do passado, mostrado claramente as vezes em números musicais,
sendo então elas as heroínas a darem o primeiro passo em direção a sua própria
liberdade e independência.
O que isso reflete na sociedade? A
Disney é uma empresa muito voltada para o público infantil, assim então sendo
também uma responsável pela formação de caráter de tal público. Atualmente o
cuidado que o estúdio tem com a questão da influência positiva para crianças
que os filmes mais novos, mesmo de princesas, são lançados com nomes que não
remetam apenas ao público feminino, como “Enrolados”, história da Rapunzel, ou
“Frozen”, ou até mesmo “Valente”, do estúdio da Pixar – a princesa Mérida foi
declarada como parte da franquia por sua bravura. Trazer mulheres cada vez mais
fortes e com jornadas diferentes, faz com que os espectadores, principalmente
as meninas, se espelhem nas princesas e possam ver que existem diversas vidas a
serem seguidas, e que lutar pelo seu lugar não é errado. Assim como
fisicamente, as princesas têm hoje sonhos e aventuras diferentes.
É extremamente importante para crianças
(ou público de qualquer idade), que estão em sua fase de formação, verem
princesas que possam se identificar, assim também princesas de diferentes
etnias, cores, raças, personalidades e interesses são cada vez mais postas em
tela. A princesa mais nova, apresentada em 2021, Raya, é um exemplo dessa
transformação da visão da mulher, sendo uma guerreira muito habilidosa e com,
até então, a personalidade mais diferente, se comparada ao padrão iniciado com
Branca de Neve, que vem mudando acompanhando a sociedade que está também em
constante evolução.
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